Dentro dessa fisiologia política de
Aristóteles, a educação entra como aquela capaz de desenvolver as condições
necessárias para a segurança do regime e para a saúde do Estado. É a educação
que fornece unidade orgânica ao Estado; ela deve ocupar toda a vida do cidadão,
desde a sua concepção. Só aquele capaz de legislar deve contribuir para a
educação. Logo, a educação não pode ser negligenciada, sendo deixada a cargo de
cada cidadão. Ela é responsabilidade do legislador, o único que pode
estabelecer leis e princípios gerais. É somente através da educação que o homem
irá desenvolver aquela que é considerada por Aristóteles a mais importante das
ciências, justamente porque tem por objeto o bem-estar comum, ou seja, a
Política. Tal educação será promovida através de um conjunto de atividades
pedagógicas coordenadas, tendo em vista uma cidade perfeita e um cidadão feliz.
Para Aristóteles, a felicidade se
define em uma ação perfeita e no exercício da virtude. A felicidade do Estado
está ligada ao saber e à vontade dos cidadãos.
A educação deve considerar as
divisões da alma, cultivando ações que correspondam à parte superior da alma.
Assim surge também a divisão das virtudes. São elas:
- Intelectuais:
sabedoria, inteligência, bom-senso, justiça;
- Morais: generosidade e temperança.As primeiras estão ligadas ao ensino e por isso necessitam da experiência e do tempo.
De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles foi o que
mais influenciou a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir
conhecimento deve muito ao filósofo. Foi ele o fundador da ciência que ficaria
conhecida como lógica, e suas conclusões nessa área não tiveram contestação
alguma até o século 17. Sua importância no campo da educação também é grande,
mas de modo indireto. Poucos de seus textos específicos sobre o assunto
chegaram a nossos dias. A contribuição de Aristóteles para o ensino está
principalmente em escritos sobre outros temas.
As principais obras de onde se pode tirar
informações pedagógicas são as que tratam de política e ética. “Em ambos os
casos o objetivo final era obter a virtude”, diz Carlota Boto, professora da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. “Em suas reflexões sobre
ética, Aristóteles afirma que o propósito da vida humana é a obtenção do que
ele chama de vida boa. Isso significava ao mesmo tempo vida ‘do bem’ e vida
harmoniosa.” Ou seja, para Aristóteles, ser feliz e ser útil à comunidade eram
dois objetivos sobrepostos, e ambos estavam presentes na atividade pública. O
melhor governo, dizia ele, seria “aquele em que cada um melhor encontra o que
necessita para ser feliz”.
Grande parte da obra que originou o legado
aristotélico se desenvolveu em oposição à filosofia de Platão, seu mestre e
fundador da Academia ateniense, que Aristóteles freqüentou durante duas
décadas. Posteriormente, ele fundaria uma escola própria, o Liceu. Uma das duas
grandes inovações do filósofo em relação ao antecessor foi negar a existência de
um mundo supra-real, onde residiriam as idéias. Para Aristóteles, ao contrário,
o mundo que percebemos é suficiente, e nele a perfeição está ao alcance de
todos os homens. A oposição entre os dois filósofos gregos – ou entre a
supremacia das idéias (idealismo) ou das coisas (realismo) – marcaria para
sempre o pensamento ocidental.
Aristóteles não era, como Platão, um crítico da
sociedade e da democracia de Atenas. Ao contrário, considerava a família, como
se constituía na época, o núcleo inicial da organização das cidades e a
primeira instância da educação das crianças. Atribuía, no entanto, aos
governantes e aos legisladores o dever de regular e vigiar o funcionamento das
famílias para garantir que as crianças crescessem com saúde e obrigações
cívicas. Por isso, o Estado deveria também ser o único responsável pelo ensino.
Na escola, o princípio do aprendizado seria a imitação. Segundo ele, os bons
hábitos se formavam nas crianças pelo exemplo dos adultos. Quanto ao conteúdo
dos estudos, Aristóteles via com desconfiança o saber "útil", uma vez
que cabia aos escravos exercer a maioria dos ofícios, considerados indignos dos
homens livres.
Aristóteles já defendia uma educação
para formação do indivíduo, desenvolvendo a ética e ciências, para ele todo ser
humano tem condição de alcançar um estágio elevado na educação.
A contribuição de Aristóteles é
referente principalmente na valorização de cada ser em sua capacidade
individual e na valorização da ética, porém ambos viam na educação a grande
mola que pode modificar toda a sociedade, política entre outros meios da
sociedade formando homens éticos, sábios e virtuosos.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
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